Conto VII
“O beijo” de Klimt. Sim, beijo,
amantes, ouro, composição de cores cromáticas. Fascina-me o ouro, o dourado, e
Klimt sabe-o bem, porque não há obra do pintor que eu não goste. O Beijo, uma reprodução
chinesa perfeita, encontrei-o em casa de um casal jovem que vivia para os lados
do Parque das Nações, um certo dia que tive de me deslocar até lá para levar o
meu filho às explicações de matemática. O rapaz convidou-me a entrar e no hall
de entrada o quadro estava pendurado na parede. Parei e fiquei a olha-lo
fixamente. Tempo demais pareceu-me, até o rapaz me despertar dos meus
pensamento com um, conhece? Gosta? Acordei e respondi-lhe que conhecia e
adorava, mas não tinha imaginado estar num frente a frente com o fabuloso “O
Beijo”. Respondeu-me que poderia adquire um também, porque um site chinês
reproduzia qualquer obra que eu quisesse, e na perfeição como eu estava a ver
ali. Durante muito tempo pensei em mandar reproduzir uma das minhas obras
preferidas, poderia ser aquela ou outra de Klimt, ou até uma outra qualquer,
mas desisti da ideia, para mim o “ O beijo” ou é original ou não é. E Klimt
pintou-o com grande mestria, é o original que eu queria ter e ponto final.